Parceiro de Isaquias buscou canoagem para fugir do calor. Hoje quer a Olimpíada

O baiano Erlon Silva aceitou o convite dos amigos em Ubatã para praticar um esporte que pudesse refrescar. Agora na elite, conta com apoio de técnico estrangeiro para competir no Rio

O baiano Erlon Silva, 24 anos, é outra história de sucesso recente da canoagem brasileira. E pensar que ele começou no esporte muito mais preocupado em fugir do forte calor de Ubatã, pequena cidade de 25 mil habitantes localizada na microrregião de Ilhéus-Itabunano, no sul da Bahia.

Além de opção de refresco, a modalidade era algo que, de início, parecia muito mais uma diversão com os amigos. Acabou virando uma paixão. “Eu tinha 14 anos quando comecei. Existe um programa chamado ‘Segundo Tempo’ [do Governo Federal] em minha cidade natal, que incentiva o esporte em várias modalidades. Alguns amigos meus me convidaram para conhecer. Como era verão e estava muito calor, resolvi participar porque ficaria na água durante todo o tempo”, explica o atleta de 24 anos, hoje um atleta de elite do país.

Parceiro do supercampeão Isaquias Queiroz na categoria C2 1000m no Mundial de Canoagem Velocidade e Paracanoagem, que está sendo disputado em Milão, Erlon já tem medalhas pan-americanas no currículo e também um bronze na última edição do evento internacional.

Para o atleta, a guinada nos resultados coincide com os treinos sob o comando do espanhol Jesús Morlán. Não só para a sua dupla com Isaquias, com quem vem competindo desde 2014, como para a canoagem brasileira em geral sofreram impacto positivo no trabalho com o espanhol.

“O método de trabalho dele é diferente. Ele é uma pessoa muito séria e rígida nos treinamento. No início, foi um pouco difícil, mas na sequência entendemos”, explica Erlon.

“Ele gosta de melhorar os tempos das parciais, nos 200m, 500m… Logo que ele chegou, o time já obteve resultados bons. Isso ajudou bastante na adaptação”, atesta o atleta, sobre o treinador, que tem em sua bagagem uma medalha de ouro e quatro pratas em Olimpíadas, pela Espanha, além de outras 12 em campeonatos mundiais (incluindo dois ouros com Isaquias, na categoria C1 500m, que não é olímpica).

O trabalho de Morlán impressiona não só os atletas, mas também outros treinadores. “Antes eu achava que era o ‘cara’ aqui no Brasil e percebi que não era. Esse contato com os técnicos de fora foi fundamental para o crescimento e aprendizado dos brasileiros”, admite Figueroa Conceição, treinador da seleção feminina de canoagem velocidade.

Aproveitando todos os concelhos do espanhol, a dupla Erlon-Isaquias conseguiu a medalha de prata no Pan-Americano de Toronto e já dá mostras de que a classificação para a Rio 2016 e uma medalha no Mundial estão próximas. Eles entram em ação na madrugada desta sexta-feira, às 5h30 (horário de Brasília), na eliminatória da C2 1000m, e precisam ficar entre os seis melhores para se classificarem às Olimpíadas.

 

 

iG

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