Itacaré: Etapa do Surf Eco Festival começa

Matheus Navarro, Ian Gouveia e Bruno Galini se destacam na abertura do Surf Eco Festival.

Uma linda terça-feira de Sol, céu azul e calor em Itacaré para a abertura do Mahalo Surf Eco Festival na Bahia. A primeira fase do último QS 6000 do ano foi iniciada as 10h40 em séries de 2 pés com boa formação na secante da maré na praia da Tiririca, mas quando ela encheu as ondas sumiram e competição foi paralisada após a oitava bateria.

Dos 144 inscritos de 24 países, 32 representantes de doze nações já estrearam na segunda das três etapas da “perna brasileira” de fim de ano da WSL South America. Esta série de eventos no Brasil é decisiva na disputa pelas últimas vagas na lista dos dez indicados pelo ranking do Qualifying Series para a elite mundial da World Surf League.

A oitava edição do Surf Eco Festival promovido pela Dendê Produções desde 2008, foi inaugurada com vitória baiana de um atleta patrocinado pela Mahalo, Bruno Galini. Ele já começou na frente com nota 6,50 e depois surfou uma onda melhor que valeu 7,33 para confirmar o primeiro lugar. Na briga pela segunda vaga, o cearense Messias Felix garantiu uma dobradinha brasileira nos dois estrangeiros da bateria, por uma pequena vantagem de 11,77 a 11,43 pontos sobre o australiano Perth Standlick. O português Tomas Fernandes ficou em último e também foi eliminado logo em sua estreia em Itacaré.

“O evento demorou um pouco pra começar, mas minha bateria rolou numa hora boa, com mar lisinho ainda e sem vento. Mas, na verdade, eu não consegui achar aquela onda da série, mas pequei algumas mais embaixo pra surfar e deu tudo certo”, disse Bruno Galini, que é de Ilhéus, cidade vizinha a Itacaré. “Eu não estava escutando as notas e só soube que tinha vencido a bateria quando sai do mar. Estou amarradão porque é o campeonato do meu patrocinador (Mahalo), então tem um peso a mais de passar as baterias, mostrar que tá surfando bem e agora é focar pra segunda fase”.

O segundo confronto foi internacional, com quatro surfistas de outros países brigando por mais duas vagas para a rodada de estreia dos cabeças de chave, com as principais estrelas do QS 6000 Mahalo Surf Eco Festival. O japonês Hiroto Arai foi mais feliz na escolha das ondas e não desperdiçou as chances que teve para estrear com vitória por 12,57 pontos. O havaiano Kiron Jabour passou em segundo com 10,50, despachando o norte-americano Taylor Clark e o chileno Manuel Selman.

“Foi muito divertida a bateria, tem vários picos quebrando e todos puderam surfar”, disse o japonês Hiroto Arai, que já competiu em Itacaré no ano passado. “Eu consegui pegar boas ondas para tirar boas notas e estou muito feliz por ter começado o evento com vitória. As condições estavam boas para fazer várias manobras e os aéreos também, então até arrisquei alguns para buscar a classificação, que era o mais importante para mim”.

Melhores do dia

As baterias continuaram rolando com os estrangeiros em maioria no início do dia. Na terceira, o único brasileiro, Lucas Chianca, terminou em último na disputa que classificou o português Nic Von Rupp em primeiro e o francês Paul Cesar Distinguin ganhou a briga pela segunda vaga do norte-americano Nic Hdez. No confronto seguinte, o norte-americano Patrick Gudauskas deu o primeiro show nas ondas da Tiririca. Ele vem embalado de um terceiro lugar na etapa encerrada domingo em Florianópolis (SC), onde só perdeu nas semifinais.

Patrick fez parte do WCT por muitos anos e está na busca para retornar ao grupo de elite da World Surf League. Ele não conhecia Itacaré e achou boas ondas para somar duas notas 7,83 no maior placar do dia, 15,66 pontos. Mas, a maior nota foi a 8,67 recebida pelo catarinense Yuri Gonçalves logo em sua primeira onda, que acabou lhe garantindo a classificação em segundo lugar. Eles tiraram dois havaianos numa tacada só, Seth Moniz e Keoni Yan.

“É a minha primeira vez em Itacaré e fiquei surpreso porque é tudo muito bonito aqui. Quando acordamos de manhã, vindo para cá, me senti como se estivesse indo fazer um freesurf”, disse Patrick Gudauskas. “Este é um evento importante para mim, pois tive um início de ano difícil, mas estou feliz por estar surfando bem agora. Eu fui até as semifinais no evento da semana passada (em Florianópolis-SC) e espero conseguir outro bom resultado aqui. Mas, procuro me concentrar em competir bem bateria por bateria, me divertir, sem pensar muito em ranking”.

A nota 8,67 de Yan Gonçalves foi batida pelo 8,73 que o também catarinense Matheus Navarro conseguiu para ganhar o quinto confronto do dia com o segundo maior placar da edição 2015 do Mahalo Surf Eco Festival, 15,56 pontos. O francês Andy Criere passou em segundo, assim como os seus compatriotas Diego Mignot e Tristan Guilbaud nas baterias seguintes, vencidas pelo sul-africano Michael February e o argentino Leandro Usuna, respectivamente.

Última do dia

Quando a sexta bateria começou, a maré já estava bem cheia e com grandes intervalos entre as séries. Logo foi anunciado que seria a última da terça-feira e a sétima ficou para abrir a quarta-feira, com a primeira chamada marcada para às 8 horas na praia da Tiririca, 9 horas nos estados com horário de verão.

O venezuelano Francisco Bellorin liderava a disputa pelas últimas vagas do dia até o minuto final, quando entrou uma série de ondas com mais parede para as manobras e tudo mudou. O pernambucano Ian Gouveia arrancou nota 7,33 dos juízes e pulou do terceiro para o primeiro lugar. E o taitiano Mihimana Braye ganhou 6,30 para também superar Bellorin e se manter em segundo, com o catarinense Cainã Barletta sendo eliminado junto com o único representante da Venezuela no Mahalo Surf Eco Festival.

“Poxa, eu sempre dou esse azar de competir bem na hora que é anunciado que o campeonato vai parar na próxima bateria porque o mar está ruim”, disse Ian Gouveia. “Ainda bem que eu tive sorte de entrar uma onda boa ali no final pra mim que acabou garantindo minha classificação em primeiro lugar. Mas, o mar está bem difícil, lá dentro não dá pra saber qual onda vai ser boa, mas tive aquela sorte ali no finalzinho da bateria e estou bem contente por ter passado para a próxima fase”.

O taitiano Mihimana Braye também vibrou com a classificação: “Itacaré é um lugar lindo primeiramente, é parecido com o Taiti, o povo é muito receptivo, os dias ensolarados e me sinto em casa aqui. Eu vim aqui no ano passado pela primeira vez e consegui um bom resultado, fui até as quartas de final. Hoje (terça-feira) tem umas ondas divertidas, mas agora com a maré cheia ficou bem difícil você achar duas ondas boas, então você tem que ser bem seletivo. Estou feliz por ter passado para a próxima fase, pois preciso de pontos para melhorar o meu ranking”.

24 países em Itacaré

A quantidade de 24 países sendo representados em Itacaré é recorde na história do Mahalo Surf Eco Festival. Os estrangeiros são maioria com 100 inscritos, contra 44 brasileiros. Fora o Brasil, os maiores pelotões são da Austrália com vinte surfistas e dos Estados Unidos com dezoito. A França e o Havaí têm oito participantes cada, depois vem Portugal com cinco, África do Sul e Japão com cinco, Argentina e Costa Rica com quatro, Espanha e Guadalupe com três, com dois a Nova Zelândia, Taiti, Ilha Reunião, Chile e Peru e com um a Itália, Indonésia, Marrocos, São Bartolomeu, Porto Rico, Venezuela e Uruguai.

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