Críticas fazem empresa brasileira admitir que vendeu bombas a ditadura venezuelana

Foto: Thanassis Stavrakis / AP Photo

Sediada no Rio de Janeiro, a empresa brasileira Condor Non-Lethal Technologies reconheceu que está fornecendo gás lacrimogêneo às forças de segurança venezuelanas, que usam os artefatos para agredir os manifestantes.

Após pressão feita pelo músico Lobão, líderes líderes da oposição apresentaram um documento demonstrando a compra de 78 mil latas de gás lacrimogêneo em abril pelas Forças Armadas. Foi a partir disso que a Condor confirmou que está cumprindo dois contratos na Venezuela.

Opositores do ditador Maduro afirmam terem pedido ao governo do Brasil –que criticou a repressão dos protestos– para bloquear a entrega do gás, mas por enquanto não receberam resposta alguma. Estão no vácuo.

“As pessoas estão morrendo de fome. A última coisa que a Venezuela precisa é comprar produtos anti-choque”, disse Eudoro Gonzalez, deputado do partido Primeiro Justiça (de esquerda moderada), maior partido da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática. “O governo brasileiro deve aderir aos seus fundamentos de política externa de respeito aos direitos humanos”, completou.

Em mais de dois meses de protesto, a ditadura já matou mais de 70 pessoas e feriu mais de 1.300. Algumas delas morreram em decorrência de lesões causadas por bombas de gás lacrimogênio disparadas contra os manifestantes.

A empresa se justificou: “Nós não fazemos julgamentos de valor sobre as políticas adotadas por nossos clientes”, informa a empresa. “Mas entendemos que suspender o fornecimento de equipamentos como gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha poderia ter consequências dramáticas porque deixaria as forças de segurança sem outra alternativa a não ser usar armas de fogo”.

 

 

 

 

 

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