“Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o
Deus exaltado? Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano?”
(Miqueias 6.6)
Estamos tão acostumados com nossas estruturas religiosas, com nossas liturgias, momentos de cânticos e hinos que, sem refletir, sacralizamos essas práticas. Simplesmente assumimos que é isso que Deus espera de nós e que é essa a forma de o honrarmos. Chamamos nosso momento musical de adoração. Chamamos o templo de casa de Deus. Dizemos que aquilo que fazemos na igreja é a obra de Deus. Deveríamos assumir tudo isso como verdade assim, tão facilmente?
Para alguns, apenas fazer esse questionamento já lhes parece absurdo, tão certo estão de que as coisas são realmente como acreditam. Mas deveríamos ser mais maduros que isso. Deveríamos entender que nossos arranjos religiosos não são, por natureza, o que Deus espera receber de nos. Adorar a Deus não é algo que se consegue por meio de uma liturgia, com músicas que falam dele ou com palavras elogiosas ou apreciativas sobre Sua natureza e caráter. Adoramos a Deus quando vivemos em harmonia com Sua vontade, quando existimos em harmonia com Seus propósitos.
A pergunta do profeta é importante para nós também e deveríamos fazê-la com mais frequência. Com que poderíamos comparecer diante do Senhor para honrá-lo? Com nossas liturgias, com nossos cânticos e hinos? A fé cristã não manifesta sua adoração por meio de uma performance que realizamos no templo. Na fé cristã a adoração acontece pelo modo como vivemos os valores que nos esforçamos para honrar. Fé cristã envolve vida cristã. Se nos falta essa vida cristã, ela não pode ser substituída por um culto cristão. Afinal, o culto cristão verdadeiro é a vida vivida de forma cristã!
ucs