As riquezas que não vemos

Por Pedro Ivo Rodrigues

Durante a nossa existência, muitas vezes vivenciamos experiências de difícil compreensão ante a interpretação científica ordinária. Muitos seriam os sinais e revelações de uma possível outra dimensão aos quais nos pegam desprevenidos em momentos de significação ímpar e que nos levam a questionar a forma como lidamos com a realidade exterior e com aquilo que nos é ministrado pelo adestramento social, ou seja, os modelos de comportamento que melhor se adequam ao establishment.

Experiências de Percepção Extra-Sensorial (PES) ou Psi-Gamma, a exemplo de precognição (antevisão do futuro), telepatia (transmissão de pensamento), entre outros fenômenos paranormais, podem ser, em maior ou menor escala, faculdades de inúmeros seres humanos. Um exemplo disso foi o presidente dos EUA Abraham Lincoln (1809-1865), que previu em sonho o seu assassinato, no Ford´s Theatre, em Washington D.C, por tiro disparado na nuca pelo ator John Wilkes Booth. Obviamente, existem os farsantes e estelionatários que se aproveitam da credulidade alheia para obter vantagens pecuniárias e outras a partir desse pressuposto, mas também há estudiosos sérios sobre tais assuntos e que já produziram trabalhos acadêmicos respeitados até pelos cientistas mais ortodoxos, que mesmo discordando da interpretação dos psiquistas não descredenciam suas teses como fantasiosas ou fraudulentas.

Assim sendo, pode-se imaginar que o corpo humano é apenas uma “roupa”, um invólucro, tal qual a crisálida que abriga uma forma de vida muito mais evoluída.

Não obstante é triste constatar o esvaziamento espiritual de grande parte dos indivíduos que compõem a sociedade, em prol de uma visão distorcida e até doentia da felicidade advinda do consumismo, dos bens materiais e de uma busca idealizada por um ócio faustoso, desprezando os aspectos da ética e do caráter enobrecedor do trabalho (digno, não do escravo).

As relações humanas cada vez mais se tornam comerciais, literalmente. A prostituição, no sentido concreto ou figurado, parece ser perfeitamente aceitável em determinados contextos, sendo incentivada pelas novelas televisivas e até mesmo pelo círculo familiar e social de determinadas pessoas.

A pobreza se tornou o maior temor, o pior dos males a ser evitado, uma vez que é percebida por alguns como sinônimo de solidão, humilhação, marginalização, enfim, de inferioridade.

Não desmereço a importância do dinheiro. Contudo a minha convicção é a de que deve provir do mérito de cada um e não de servilismo, vileza, baixeza moral.

É merecedor de reconhecimento aquele que prospera pelos seus estudos e pela sua competência profissional, mas não se pode encarar como normal o endeusamento de sicofantas, de calhordas da pior espécie, apenas por seu status, pelos bens que possuem ( na maioria das vezes, esbulhados dos mais fracos).

Somos apenas depositários do que possuímos durante a nossa jornada neste mundo de desafios, lutas, contrastes. Se conquistamos, desde que de maneira honesta, é justo usufruirmos da forma como melhor aprouver, sem dramas de consciência.O que é ruim para a evolução espiritual do homem é se deixar subjugar por coisas passageiras e abdicar de todo o escrúpulo para possuí-las ou mantê-las. Valoroso é aquele que é senhor e não servo do que tem!

A insegurança frente às adversidades joga muitos nas masmorras dos vícios, da podridão que empesta o mundo, da corrupção em todos os seus aspectos.

Seres que poderiam prestar valiosa contribuição aos seus semelhantes se tornam bonifrates de um sistema corrupto e acabam por ser mortificados.

A vida é preciosa demais para ser desperdiçada. Se encararmos cada etapa da nossa existência como um aperfeiçoamento para o que pode advir após o término da passagem terrena, creremos que nada foi em vão, nem as delícias que provamos nem as dores que sofremos.

Só o trabalho, a confiança na recompensa pelo justo labor pode nos tornar homens e mulheres melhores, pessoas úteis e dignas de respeito e consideração.

 

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