CONVIVÊNCIA DE TEMPOS

“Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:8)

Como já dito essa semana, há tempos que são simplesmente constatações do escritor de Eclesiastes. Ele olha pra vida e percebe que esses tempos acontecem e registra isso em sua poesia. Você já assistiu o filme “Divertidamente”? É uma animação muito bem pensada e muito inteligente. Ele personifica os sentimentos no interior das pessoas e o filme gira em torno disso. Eles são a alegria, a tristeza, a raiva, o nojo e o medo. Mostra como esses sentimentos se expressam como eles convivem juntos e como em vários momentos da vida um deles toma o controle e direciona certas ações. Espetacular essa apresentação. Acredito que se o escritor de Eclesiastes tivesse assistido a esse filme ele poderia incluí-lo como exemplo em sua lista dos tempos.

Quando olhamos pra nossa vida percebemos que temos todos esses sentimentos e muitos outros. Há momentos em que nos iramos e ficamos com ódio de muitas coisas e até mesmo de pessoas. O que fazer com esse sentimento? Deixar ele nos conduzir a fim de prejudicar o próximo? Creio que não. Porém tentar fingir que não sentimos coisas desse tipo ou que não pensamos a respeito disso seria uma falácia. Precisamos ser sinceros conosco e ponderar o que fazer agora que tivemos percepção a respeito de nossa realidade. A cruz nos auxilia nisso, pois ela é o local onde encontramos morte e vida. Morte pro nosso egoísmo e vida de Cristo em nós. Nela aprendemos o tempo de amar e também a lidar com o tempo em que odiamos.

O que dizer sobre a guerra e a paz então? Há sim guerras no mundo e vemos isso diariamente. Mas há uma guerra no interior também que é terrível. Se tirarmos a igreja perseguida do ambiente de perseguição em que está inserida ela lidará com um modo de liberdade diferente do que estava acostumada. Mas e as pessoas que são perseguidas por dentro? Você pode mudá-las de lugar físico que a perseguição vai continuar. Essa guerra talvez seja uma das piores a lidar, pois ela grita pra nós que o tempo de paz já não existe mais e que ele é uma utopia. Rubem Alves diz que o oprimido é quem tem a oportunidade de olhar para o presente e se frustrar, mas também que isso o conduz a olhar para o futuro e ser sustentado pela esperança de dias melhores. O tempo de guerra não precisa nos fazer descrer do tempo de paz. Seja a guerra que for ela passa e a bonança vem. O príncipe da paz nos ensina isso. Que o Senhor do tempo nos ajude e nos socorra em todo tempo e em todos os tempos.

 

Pr. Rodolfo Rodrigues Pereira

 

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