Jequié: Catadora acha documentos públicos e é presa ao pedir valor para devolver

Mulher localizou papéis em terreno situado perto de casa.

Órgãos não respondem como documentos foram jogados na rua.

Uma mulher que trabalha como catadora de materiais recicláveis foi presa após ter pedido dinheiro em troca de documentos públicos achados em terreno baldio no município de Jequié, no sudoeste da Bahia.

De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), Almir Fernandes, ela estava com papéis do Serviço de Atendimento Judiciário (SAJ) e do Sinebahia, órgãos vinculados, respectivamente, ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE).

Segundo Almir Fernandes, a mulher diz que encontrou os documentos em um terreno baldio próximo de casa, no bairro de Joaquim Romão. Com os papéis em mãos, ela teria passado a ligar para os órgãos solicitando dinheiro para fazer a devolução. “Ela passou a fazer cobrança. Ligou pela primeira vez e disse que queria R$ 1 mil. Ligou novamente e passou a pedir R$ 1,5 mil. Então, ela passou o número da conta. Foi feito depósito mínimo para a conta e, assim, identificamos de quem se tratava”, contou o delegado.

Segundo a investigação, os órgãos responsáveis pelos documentos atuavam no prédio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), que teve a parte interna destruída por incêndio no dia 3 de fevereiro deste ano. “O pessoal foi fazer a limpeza e deve ter feito o descarte neste terreno”, acredita o delegado.

Após identificação do endereço, a mulher foi presa em flagrante na segunda-feira (23) por crime de supressão de documentos públicos, que prevê reclusão de dois a seis anos. Os documentos também foram recuperadas. A mulher foi encaminhada para o Conjunto Penal de Jequié.

A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) disse que a mulher é mantida em uma cela isolada e deve passar por exames rotineiros de avaliação psicológica na terça-feira (31).

Os funcionários indicados pela assessoria de imprensa SineBahia para falar sobre o assunto não quiseram se posicionar sobre o assunto. A reportagem procurou também o TJ-BA e não obteve resposta da assessoria de imprensa até a publicação.

 

 

 

Fonte: Henrique Mendes/G1

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