Segundo turno

Uma série de fatores levaram as eleições presidenciais para o segundo turno. Dilma Roussef teve 46% dos votos, serra 32% e Marina Silva beirou os 20%. Vários fatores determinaram que houvesse segundo turno: a questão religiosa, muitas vezes inflada pela mentira; o escândalo da Casa Civil (Serra deveria erguer uma estátua a D. Erenice Guerra), o fator Marina Silva (cresceu 10% na reta final) e a votação de São Paulo, com os institutos de pesquisa sempre dando a Roussef uma vantagem que não existiu na contagem final.

Segundo turno, vida nova.

Vida nova?

Muitos analistas costumam dizer que segundo turno é uma nova eleição. Muitos afirmam que não é, que é a continuação do primeiro turno. O fato é que os candidatos começam do zero. Outro fato é que desde a redemocratização pra cá, jamais quem ganhou o primeiro turno perdeu as eleições. Há o fator Marina e ela vai influenciar positivamente o lado que escolher. Mas há o fator Lula, que só influenciará a favor de Dilma. Há também os 18 governadores eleitos pelas forças lulistas, em confronto com os 8 eleitos pelos serristas.

A briga se inicia com vantagem para Dilma, mas nada como aguardar a vontade das urnas.

Nova opção

Se houver a vitória de Dilma Roussef, a nova oposição do Brasil ficará sob o comando de Aécio Neves. Experimentado, tancredista, Aécio não é homem de radicalizar, mas de se opor racionalmente e com firmeza. Sem Tasso Jereissati, Mão Branca, Arthur Virgílio, Aleluia e outros de “faca nos dentes”, haverá mais margem para entendimentos e menos para a política figadal. Espera-se que, se Serra vencer as eleições, haja disposição da ampla oposição que se formará e que seja oposição, mas uma oposição também propositiva.

Afinal, o importante é o Brasil.

Timóteo

Com quase 43.000 votos, Timóteo Brito se elegeu deputado estadual. Espera-se que a vitória timotista seja uma vitória do Extremo Sul e que o novo deputado honre os votos que aqui lhe foram dados.

Amém.

Uldurico

Esse escriba viu muita gente triste com a derrota de Uldurico Pinto. Um assessor do deputado contou que até agora ninguém entendeu o motivo da debacle. Aqui em Teixeira, foram pouco mais de 9.000 votos, votação bastante aquém das expectativas. O fato é que o Extremo Sul perdeu um bom deputado, um homem afeto à vida legislativa e que sabia procurar caminhos para viabilizar obras para a região.

Uma pena.

Getulio Ubiratan

Outro levado pela avalanche da ausência de votos foi Getúlio Ubiratan. Com pouco mais de 11.000 votos na Bahia e insignificantes 3.526 em Teixeira, Getúlio parece ter se ressentido de uma maior presença em suas bases e ter perdido um pouco o élan com o qual se comunicava com o povão. Tudo isso e mais a traição dos prefeitos que Getúlio ajudou a eleger e o abandonaram torpemente.

Política é a arte do cão.

Carlismo e soutismo

Muito ruim a participação do grupo carlista de Paulo Souto em Teixeira de Freitas. Aqui, Paulo Souto teve apenas 6.235 votos – 11.09% – e terminou em terceiro lugar (J. Wagner 35787 – 63,78% – Geddel, filho de Afrísio, 12.329 – 21,94%). O estadual soutista, Miro Carvalho, somou apenas 1000 votos e o filhão Fábio Souto 615 votos, isso sem falar em ACM Neto, 426 votos.

Triste fim de Policarpo Quaresma.

João Bosco

Apesar de ter uma contagem geral abaixo do que se esperava (27.273) votos, João Bosco foi o federal mais bem votado de Teixeira, com 22.307 votos, bem acima do seu concorrente de frente, Uldurico Pinto, com 9.120. Mais: Bosco deu excelente votação a sua candidata a estadual, Maria Luiza Maia (4078). Luiza teve mais votos que Ubiratan (3526) e acabou surpreendendo. Além disso, para estadual, Luiza bateu outros pesos apoiados por outras alas do PT, como Maria del Carmem (1105 votos)Marcelino Gallo (587 votos), Yulo (555) e outros.

João está cacifado para a candidatura a prefeito em 2012.

O padre, o padre…

Os nomes apoiados para deputado pelo prefeito Apparecido não tiveram bom desempenho nessas eleições. Para deputado estadual, dos apoiados por S. Exa., quem mais teve votos em Teixeira foi Gilberto do Sindicato, com 5.096 votos. Padre Joel ficou lá atrás, com 2.123 votos (até que foi muito). Para deputado federal, o prefeito apoiou Jutahy Magalhães (1.687 votos), Edson Pimenta (1.476) e outros que não chegaram ao milhar.

Afirmam que o prefeito apoiou muita gente e acabou envolvido.

Mais: o grupo do padre é o padre.

Popó

Como é que Acelino Popó de Freitas teve em Teixeira de Freitas 684 votos?

Pois teve,

Perspetivas

Ao final da transmissão da Rádio Caraipe, um dos locutores afirmou: cabeças rolarão.

Todo mundo sabe do que ele falava.

Porto Seguro

Jânio Natal se elegeu deputado federal na região de Porto Seguro, onde bateu Uldurico Pinto, apoiado por Ubaldino Jr..

Ninguém esperava.

Alcobaça

O prefeito Léo Brito cumpriu o que dele se esperava em Alcobaça. Geddelista, deu a Geddel, filho de Afrísio, uma de suas poucas vitórias na Bahia (Geddel, filho de Afrísio, 4.578; J.Wagner, 4.162 votos e Paulo Souto 476 votos). Fora isso deu para seu pai, Timóteo Brito, 5.181 votos e para seu estadual, Mário Negromonte, 4298 votos.

Fez o dever de casa.

Mucuri

Em Mucuri esperava-se quer Paulinho de Tixa desse vitória a Geddel, filho de Afrísio. Não deu. Lá ganhou Wagner, Geddel em segundo e Paulo Souto em terceiro.

Seriam artimanhas de Robertinho?

Eunápolis

Pois é, o pessoal duvidou e Robério elegeu a esposa, considerada poste político. O prefeito fica mais forte para lutar contra seus fantasmas no judiciário.

E outros fantasmas, se nos fazemos entender.

Itamaraju

Em Itamaraju, para federal, a maior votação foi de Valmir Assunção: 5.594 votos. Os sem terra conseguiram mais uma vez eleger Assunção, que pode ser aproveitado por Wagner em uma secretaria. Para deputado estadual, liderou Ronaldo Carletto, com 8.569 votos. Quando o escriba acessou o nome de Dilson Santiago, a legenda mostrou 0 VOTOS. Dilson está na briga para não ser considerado Ficha Suja e está na relação daqueles que tiveram os votos guardados no cofre, à espera da solução dos tribunais.

Pobre Brasil.

Título

Esse escriba passou horas para tirar segunda via do título de eleitor, para votar em paz. Na última hora, o título não era mais necessária. Quer dizer, o documento chave para a eleição não vale mais nada.

Os portugueses estão tendo frouxos de riso com essa piada brasileira.

Tristeza

Essa coluna foi apenas para falar dessa política rastaquera e mesquinha que é a política partidária. Um dia, quem sabe, poderemos escrever sobre a política que conta, a magna, a da POLIS e do interesse do Estado e do cidadão, realmente? Onde não houve compra, ainda que indireta, de votos? Onde o cidadão não foi enganado com mentiras, com candidatos falseando a verdade para conseguir votos? Infelizmente, raras são as exceções. Pelo menos Collor não passou para o segundo turno em Alagoas… Para contrabalançar, Roseana ganhou de cara no Maranhão.

Pobre Brasil, onde Tiririca ainda acaba sendo lucro e modelo de sinceridade.

Trincando com política

“A religião é uma excelente arma para manter o povo quieto.” (Napoleão Bonaparte)

“Todos gostamos de votar no melhor homem, mas ele nunca se candidata.” [ Kin Hubbard ]

“Nenhum governo está isento de legislar asneiras. O problema é quando tais asneiras são levadas a sério.” [ Michel de Montaigne ]

“A alma da fome é política!” [ Betinho ]

“Temos, há muito tempo, guardado dentro de nós um silêncio bastante parecido com estupidez.” [ Eduardo Galeano ]

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