INQUIETOS

“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.” (João 20:1)

Jesus morreu, foi retirado da cruz e foi sepultado. A esperança de muitas pessoas sobre tudo aquilo que Ele havia dito e prometido talvez tivesse sido sepultada junto com Ele. Um coração em especial estava inquieto com aquela situação toda. Alguém precisa cuidar do corpo d’Ele que está sepultado. Esse coração era o de Maria Madalena. Ela então se levanta cedo a fim de ir ao sepulcro. Talvez nem tenha dormido com tamanha inquietação. Nem esperou o sol nascer e partiu. Foi quando ainda estava escuro e levou suas escuridões na bagagem dessa jornada. Quando chega ao seu destino, vê que a pedra que guardava o túmulo estava removida. Muito difícil mensurar ou qualificar os tipos de emoção que invadiram o coração dela naquele momento.

Quanto de nossa esperança também já foi sepultado devido à nossa falta de percepção de Cristo vivo? Toda vez que deixamos de reconhecer sua ressurreição, algo em nós é sepultado e não vive. Se isso nos inquieta temos um privilégio: o privilégio de não ficarmos parados na nossa letargia. Em nós então é gerado um movimento de busca na direção do autor da vida, mesmo que pareça que Ele esteja tão ausente. Há movimento na escuridão. Talvez seja necessário ter cautela em momentos como esse, pois os próximos passos são incertos. Mas, há que mover-se. Maria Madalena nos ensina isso. Sua inquietude a conduziu ao local onde acreditava que o corpo de seu mestre estava.

Essa ação pode nos fazer perceber algum sinal pelo menos, como o da pedra retirada do sepulcro. Aquilo logo comunicaria algo pra Maria e também é capaz de nos comunicar. Por mais que os olhos estejam marejados e embacem a nitidez da percepção, ainda assim é possível ver que algo está diferente. Olhos de fé, olhos de esperança, olhos de fome de Deus. Esse olhar nos ajuda a ver que pode ser que a catástrofe que nos tira a esperança não tenha tanto poder assim. Que Ele nos ajude a enxergar pra além das pedras e saber que nossa vida é surpreendida pela realidade de Sua presença. Inquietos sim, porém não tão desorientados.

 

 

 

 

Pr. Rodolfo Rodrigues Pereira.

 

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